segunda-feira, 29 de março de 2010

Surtos Esportivos

Bastante gente tem me perguntado se eu parei de correr. Não, não parei. Estou dando um tempo nas competições. Sou atleta amadora, mas gosto de fazer tudo bem bonitinho. E neste caso fazer bonitinho é treinar direito. Não está dando tempo de treinar para correr o que eu gostaria de estar correndo para provas.

Meu próximo desafio é correr uma meia maratona (21 Km). E prá isso tem que estar em dia com treinos de distância, reforço muscular... Já corri 18 Km em BH na Volta da Pampulha, mas preciso de um tempo pra encarar estas distâncias mais longas de forma mais consistente. Tá faltando tempo mesmo para treinar melhor. Vamos ver se dá para encarar uma prova em maio. Detalhe que eu disse UMA, não várias. Ando me segurando para não me inscrever num monte de provas. Eu fico me cobrando demais com o que deveria ser diversão.

Enquanto isso eu arrumei outras distrações. Agora estou num surto esportivo de surf-skate-moto. Bom, moto é hobbie, vamos tirar da lista dos esportes porque eu ando bem modestamente, mas toma tempo para me atrever a seguir um grupo sem dar vexame. Ainda não domino a Ninja completamente e de vez em quando ela gosta de me assustar.

Sonho com o surf, mas São Pedro não ajuda. Neste fim de semana comprei uma blusa de manga comprida (de surf, óbvio) prá encarar a água não tão quentinha. Mas a pobre prancha ainda não veio da oficina. Quem sabe na próxima sexta não dou uma escapada? Dá para ir de moto, então faço um 2 em 1.

E o skate? Na verdade chama-se Skane ou Waveboard. É um skate todo modernoso e esquisito que para você andar imita os movimentos do surf. Então ando surfando de Skane no quintal de casa mesmo antes de me atrever a pagar mico no Parque Villa Lobos. Não encanei com o Skane, ele que encanou comigo. Foi amor á primeira vista. Vi o negócio na loja de surf, dei um rolezinho que me convenceu, não era caro, então resolvi comprar um. Faz um bem para a cintura! Eu devo ter um skate de no mínimo uns 25 anos na terceira dimensão da casa da minha mãe, que sempre me ameça de despejar minhas tranqueiras.

Estes são meus surtos esportivos do momento. Muita coisa na agenda, mas minha única obrigação mesmo é ser responsável com a moto. O resto é Just for Fun!!!!

domingo, 28 de março de 2010

Rede Social - um caso prático

Vários dos meus amigos e familiares não entendem bem prá que mesmo eu "perco tempo" no Twitter, Facebook, etc. Primeiro que não é perda de tempo. Faz parte do meu trabalho entender o fenômeno das redes sociais e se eu não estiver nelas não tem como entender. Por outro lado eu curto estar em contato real time com meus amigos. Normalmente não temos tempo de ligar e estar com todos como gostaríamos, mas através da rede a gente consegue estar muito mais próximo das pessoas. Pela rede e pelos micro blogs vêm coisas muito legais e divertidas. Não gasta tempo se você souber usar direito.

Nesta semana fui assistir à conferência da Charlene Li, uma das mentes mais criativas do planeta e especialista em redes sociais. Claro que a conferência tratava de como aplicar este fenômeno que só cresce nos negócios. Vamos lá a um exemplo prático.

Ontem estávamos num restaurante conhecido no Shopping Morumbi comemorando o aniversário da minha cunhada. Eis que o serviço estava péssimo, mas estávamos pondo a conversa em dia, era um sábado de relax e acabou passando batido até a hora que a cerveja que havíamos pedido há mais de 15 minutos não veio e não tinham guardanapos na mesa.

Minha cunhada reclama na hora de forma tão clara e direta que não tem como não entender. Já foi avisando que não ia pagar os 10% de serviço. Depois veio o gerente, e pacientemente meu irmão, meu marido e minha cunhada descrevendo para o gerente da loja o que estava acontecendo. Isso não impediu que o Petit Gateau do Hector viesse com recheio frio. Testando um dos conceitos mais atuais de atendimento ao consumidor, enquanto os 3 estavam lá explicando e debatendo, em menos de 2 minutos já estava no Twitter e no Facebook que eu estava lá, a comida até que boa mas o atendimento péssimo. Pronto! E mais de 300 pessoas ficam sabendo em segundos, inclusive eles.

A questão é que quem tem usado bem as redes monitora o problema antes que ele chegue como reclamação e pode ser pró ativo em servir melhor o cliente. Se alguém estivesse monitorando a rede poderia ter se antecipado em reparar o serviço e a pisada de bola antes do atendente vir com cara de cachorro trazer a conta sem cobrar o serviço. Há um aplicativo que localiza onde você está e com quem está. Se alguns dos meus amigos estivesse conectado e dentro do Shopping já teria desistido de ir no mesmo restaurante. Provavelmente foi o que aconteceu. Surpresos??? Não! Conectividade!

Claro que falar ao vivo é muito bom e dar o feedback construtivo é melhor do que sair detonando a marca. Mas isso se você gosta da marca. O que eles vão fazer com a informação é problema deles, espero que melhorem o serviço de fato. Basta saber que pela teoria antiga 1 cliente descontente reproduz a experiência para mais de 10 pessoas pelo menos. Ontem eu reproduzi para mais de 300 em 2 minutos. Mas este é só um exemplo simples de como o mundo está caminhando e 24 horas para responder o cliente já é muito.

Muito mais foi dito na conferência com exemplos super interessantes e também a discussão, para mim sem sentido por vários motivos, se as empresas devem liberar o acesso às redes sociais nas empresas. Claro que sim, sem dúvida. Se fica proibido por computador usa-se o celular oras! As pessoas tweetan de dentro do carro reclamando do transito, da chuva, querendo compania e solidariedade nestes dias chuvosos e de trânsito infernal.

É muita exposição, me dizem alguns. Depende. Ela é boa quando você coloca o limite. O comportamento que está por trás me fascina. Qualquer pessoa hoje me acha, sabe o que eu penso sobre algumas coisas e sobre meus interesses. Eu adoro conhecer gente nova, conversar, trocar idéias, escrever coisas nada a ver e também sobre interesses do trabalho, compartilhar poesias, músicas, fotos e tudo que é possível. De alguma forma, estar presente na vida dos meus amigos e da parte mais conectada da família. Gente interessante e que eu não conheço "me adiciona", e mais de uma vez boas oportunidade de negócios vieram por estes canais. Até convite para reality show, mas aí já é demais né?!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Biologia Cultural

Esta tem sido uma semana interessante. Por coincidência emendei 2 cursos diferentes na mesma semana e está sendo legal arejar a cabeça com idéias novas.

Biologia Cultural é um conceito que foi formulado pelo chileno Maturana. Como ele mesmo diz, é um ponto de partida e prefere não falar em definições. Ele e sua companheira de instituto, Jimena, dão a certificação que dura 3 anos. Tem uma turma na Natura fazendo e gostando muito. Em 2 dias passamos pelos temas centrais, que são muito atuais e me fizeram pensar bastante.

O tema central passa por estar inteiro no presente do nosso viver para sermos capazes de enxergar e escutar o outro, abrindo espaços de relação. O passado já foi, o futuro não nos pertence, e estar por inteiro no presente amplia nossa consciência no momento que estamos vivendo.

Me intrigou bastante como eles lidam com a questão das expectativas quanto ao futuro. São criadoras de angústia, primas da exigência. Difícil é viver sem elas, mas racionalmente, é mesmo doideira esperar sobre algo que não tenho capacidade de agir sobre. Deram como exemplo a expectativa dos pais em que os filhos sejam felizes. O quanto isso é penoso para os filhos, num futuro que pertence a eles, sem foco no presente que ainda estão vivendo, não os deixando livres para que as coisas aconteçam espontaneamente. Viver no presente não quer dizer que as coisas vão acontecer de qualquer forma, mas é ter coerência das circunstâncias do que acontece no presente. Estar inteiro significa respeitar-se, não estar culpado, na certeza de que criamos as condições para a unidade deste processo.

Ansiosa como sou, eu fiquei dando voltas em torno disso. Realmente vivo projetando o futuro, me enchendo de ansiedade e da droga da insônia. Estar com o conceito na mente é uma coisa, mas vamos lá trabalhar para que se concretize. E Dá-lhe terapia, agora com o Dr J.

Outro tema interessante é a relação com o outro. O amar acontece no prazer de estarmos juntos na companía, não na expectativa. Amar também é abrir espaço para ouvir o outro. E a emoção que carrego modifica a minha escuta e a forma como o outro me entende. Somos responsáveis pelo que dizemos, mas não pelo que o outro escuta. Intrigante também é saber se nós mesmos nos escutamos, no que se chama solilóquio, o diálogo consigo mesmo, para sermos capazes de escutar o outro. Harmonizar o sentir, o prazer, as emoções é como sintonizar uma música, abrindo espaço para o escutar.

Também refletimos sobre o que conservamos para o nosso viver. Ao conservar
o que é bom para mim, abro espaço para que as coisas mudem. Tão simples como jogar as coisas velhas do armário para abrir espaço para as novas. O presente é um continum de mudança. Quando decido o que quero conservar, tudo mudo em torno desta conservação. Trata-se de ter a plasticidade de dizer sim ou não, quero ou não quero, numa autonomia libertadora.

O papo vai longe, a certificação dura 3 anos, mas a pergunta fundamental e que inicia tudo é: "Onde me dói o meu viver?". Numa cultura de competição e dominação, o que estou conservando para o meu viver?

E fui dormir com estas perguntas, sem ter ainda a resposta para nenhuma delas. Mas é um bom começo.

terça-feira, 16 de março de 2010

O dia que minha vida parou de ser chata


É possível sim imaginar um dia específico em que sua vida parou de ser chata. Fiquei 1 ano triste e na chatice. Há exatamente 1 ano muitas coisas aconteceram, fiquei triste e a vida ficou chata. Neste último ano eu esqueci de ser feliz.

Mas de repente a vida voltou a ficar colorida. A turbulência passou. Pelo menos é o que parece e eu rezo todo dia para que seja verdade. Minha turma de amigos e eu resolvemos passar o Carnaval em Itamambuca/Ubatuba. Uma tremenda discussão para fechar o destino, porque a vontade de estarmos juntos era muita. E com um dos meus irmãos de coração decidimos surfar. Ele ia aprender; eu recordar. Há 20 anos parecia tão fácil....naquelas ondas do Guarujá, sem preocupação nenhuma.

Na véspera, fomos a Paraty, curtimos o carnaval de rua, compramos cachaças das boas (a preço de whisky) e eu, uns charutos cubanos. À noite tomamos uma garrafa inteira em 6, jogamos cartas do jogo da verdade e os não iniciados tiveram uma ressaquinha extra por conta da força do cubano (cubano mesmo: só sendo amigo íntimo para oferecer um charuto de 50 pratas). Mas no dia seguinte, estávamos eu e meu Brother de todas as aventuras, firmes, fortes e de ressaca na primeira aula de surf. Um mico completo. Felizmente, era muito cedo, e ninguém vendo a gente treinando nas pranchas de isopor na areia.

Lá pelas tantas fomos para o mar de verdade, com ondas respeitáveis, e num momento mágico, nós surfamos a mesma onda lado a lado. Neste momento a vida deixou de ser chata e se coloriu novamente. Me arrebentei toda depois, torci o joelho, mas valeu cada segundo. No dia seguinte estava lá de novo, de joelho torcido mesmo, para mais uma aula. Foram dias ensolarados e lindos, com cachoeira, rios, praia, muita DR (discutir a relação) nas pedras, uns prá lá, outros prá cá....Uns prá lá, os que gostam de água e falam sem parar, todos os dias, por qualquer tecnologia, por amor incondicional, segurando uns aos outros. Outros prá cá, os que curtem areia, não se incomodam mais com a dinâmica própria do trio, já entenderam a outra face do que é amor.

Um dia fomos para Trindade, uma praia de tombo, e pobre de mim com um biquini caretinha tomaraquecaia e caiu mesmo. Até que um dos meninos me oferece uma camiseta, só prá poder ficar à vontade para pular ondas juntos, pegar jacaré e correr das ondas imensas prá não ser engolido. Muitas risadas, bobagens, nem a gente entendia muito, mas colocam cores na vida e nas almas que foram machucadas em momentos diferentes no último ano. Literalmente, lavando a alma.

Semanas depois, 10 de março, celebramos o aniversário do BB, o Big Brother, que no ano passado passamos em Juquehí. Somos os mesmos, mas um ano depois estamos muito diferentes. A Trindade, como nos chamamos, continua firme e forte. Mas nós 3 mudamos muito no último ano, e muitas coisas aconteceram. Os 2 garotos e eu, num ano complicado e cheio de tropeços, mas de mãos dadas pela vida, e neste verão, pulando as ondinhas de Trindade. Quem olha não entende muito bem, mas é preciso os olhos do coração para entender porque os amigos são a família que escolhemos.

BB fez aniversário semana passada e comemoramos neste domingo. Desta vez na minha casa, que é casa de todos e ponto de encontro da moçada. É a vez dele de passar pelas provações, mas ele sabe que conta com os outros 2. Pelo caminho pegamos as pedras e juntos vamos construindo um castelo. A piscina finalmente foi inaugurada por uma criança, confirmando que o projeto está certo. E com 3 crianças no meio de adultos bobalhões e barulhentos, planos de mais crianças para povoar a piscina e caçar peixinhos de borracha.

Neste meio tempo entre Ubatuba e o aniversário do BB, realizei um sonho antigo, que era comprar uma moto só para mim. Hector tem a dele, a poderosa Hayabusa, a mais rápida das motos comerciais. Eu comprei uma Ninja 250cc, linda, vermelha, veloz o suficiente para as asas da minha tattoo voarem por aí.

Para minha surpresa, poucos se animaram com a motoca, que apelidei de Ginginha. Todas as nossas motos são batizadas, by the way. Os meninos ficaram preocupados, talvez por ser uma das poucas atividades que não curtimos juntos. Hector diz que o conjunto da obra é intrigante. Uma mulher de asas em cima de uma Ninja vermelha, a moto que povoa o insconsciente coletivo. Putz, que complexo. Sou só eu indo comprar pão na padaria de moto. De qualquer forma, a vida ficou mais colorida com a minha motoca. "Um mimo", como costumo brincar com minhas amigas.

A chatice e a tristeza estão indo embora. Os ventos e as ondas que as levem, porque fiquei muda, sem pensar e ter o que escrever, sem querer molhar o teclado de lágrimas. Tanta coisa mudou e aconteceu em 1 ano....E novas anedotas virão do surf, da moto, da amizade, das pessoas novas que conheci, das surpresas que a vida reserva todos os dias quando abro meus olhos e volto a dizer Bom Dia para a vida!