segunda-feira, 28 de julho de 2008

Amor no futebol


Quem disse que estádio de futebol é arena? Lamentavelmente muitas vezes sim. Mas neste final de semana no Morumbi até rolou um clima Love is in the air. Vejam na foto o por do sol no estádio, que coisa mais linda. Como sempre eu vou com minha camisa preferida, a do Raí.


Domingão foi o clássico da família :
São Paulo x Portuguesa. Fomos todos ao estádio neste evento raro. Raro porque a guerreira Lusa vai e volta da segundona, apesar dos rugidos da Leões da Fabulosa. A gente torce pelos dois.


Ato de amor 1: Papai é português, portanto torcedor da Lusa. Topou ir ao estádio na torcida do Tricolor (tudo bem que ele ganhou o ingresso e depois rolou uma bela pizza).


Ato de amor 2: Hector é um homem maravilhoso, mas é sofredor do Corinthians. Topou como sempre me acompanhar ao jogo, com direito a xingar o Richarlyson e o Dagoberto os 90 minutos de jogo. Tava torcendo de verdade! Até cantou umas musiquinhas da Independente. Que fofo!


Ato de amor 3: O marido palmeirense da minha amiga foi levar e buscar. Ela e o filho são Sãopaulinos. E depois curtiu a pizza com a gente.


Ato de amor 4: Muitos casaizinhos, muitos mauricinhos que só vão em jogos papai-mamãe, manos e sisters de outras tribos. Mas um casalzinho chamou a atenção. Eis que a mocinha estava com aquelas calças com cós muito baixo e ao sentar-se o "cofrinho" ficava bem à mostra, com a Independente inteira atrás olhando. Um olho nos chutes desastrados do Dagoberto, outro no cofrinho da menina. Mas o namorado queria fazer presença. Em vez de brigar com a moça, ficou com a mão no lugar estratégico discretamente o jogo todo. Muitos beijinhos e lambe-lambe, mas a mãozinha protetora do tesouro ficou lá firme e forte.


Apesar do Tricolor ter ganho a partida por 3x1, foi suado e a Lusa batalhou firme. Meu pai comemorou discretamente o Gol, mas todo mundo que estava em volta sacou a do portuga. Deu a maior bandeira com os comentários cheios de sotaque, mas se entregou mesmo quando foi escanteio para a Lusa e ele gritou "corner!" sem querer. Tudo bem....não era dia de clássico e à nossa volta era lindo ver as famílias, pais com filhos pequenos.....pena que não é sempre assim.


Tinha um cara com o filhinho pequeno muito fofo do nosso lado. "Quer sorvete, filho? Tá gostando filho?" Lá pelas tantas tapa as orelhas do garoto e grita: "Richarlyson seu FDP... sua bicha!!!!" Super família assim mesmo. O Richarlyson parece mesmo uma franga eletrocutada jogando e correndo pelo campo. Faz gol, mas domingo deve ter feito depilação e só deu bola fora. Ou melhor, dentro, porque quase fez um gol contra.


Eu A-D-O-R-O ir no Morumbi. Você pode falar o que quiser, berrar, xingar, ouvir rádio alto, comer coxinha oleosa esfiha de gato do Habbib's com cerveja. Na saída ou antes do jogo, um sanduichão de pernil na barraca da Ziza. Quando os jogadores entram em campo tem uma entonação prá cada um, mas o momento mais esperado é quando entra o Rogério Ceni: PQP... é o melhor goleiro do Brasil! Rogério! Se a família toda vai melhor: mais gente para abraçar na hora do gol, mais gente para você perguntar se o Richarlyson não é mesmo uma franga e comentar como o Rogério é fabuloso. Todos estes rituais de jogo do tricolor no Morumbi são o máximo, sem falar nas musiquinhas e coreografias da Independente.


É muito relaxante ir ao estádio...apesar do stress durante o jogo. Você sai de lá pronto pra encarar a semana. Oh tricolor ô ô ô ô clube bem amado....





quinta-feira, 24 de julho de 2008

Empresária Doméstica

O texto abaixo é de Martha Medeiros e foi publicado na revista do jornal O Globo.
Ando super ocupada, sem tempo e sem muitas idéias.
E esta é uma semana atípica: a gerente de assuntos do lar está de férias! O caos não se instalou...ainda. Em vez de estar na academia fazendo levantamento de peso... estive na lavanderia fazendo levantamento de roupa! Tá certo que o super Hector ajuda muito. A casa não vai cair se uns pratinhos ficarem na pia.


O texto da Martha é inspirador. Valeu a pena ler para pensar no que ando fazendo da vida.


Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso épossível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer . Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer,como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganhominha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas,namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas,
respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.Portanto, sou ocupada,mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero,o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher.E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projetopor dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga.
Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer abolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudoisso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rostolavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelase nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.


E se tiver um tempinho entre no link da crônica "Mulheräo"

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Cara de Samambaia

Detesto fazer cara de samambaia e dar aqueles sorrisinhos corporativos. Mas às vezes a única saída é a cara de samambaia, fazer o quê??? Faz parte do kit de sobrevivência corporativo.
Imagine aquela animação de samambaia! Emoção de samambaia! Super corporativo.

Dr W e Dra M vão se orgulhar amanhã. Tive relações egocêntricas empáticas de altísssimo nível no final de semana passado. Foram, tão empáticas, tão desprendidas, que neste sábado rola uma feijoada de homenagem aqui em casa. De coração mesmo. Alto da pirâmide de Maslow expandida!!!!!

Mas quem ganhou o prêmio nesta semana foram minha cunhada e meu cunhado. Grande sujeito. Grande garota. Pararam no Free Shop em Portugal e compraram um Kit Saudades Português para meu pai, que incluiu Vinho do Porto, Queijo da Serra e CD de Fados. Para meu pai, que nem é parente deles, mas é meu pai, que adora e se diverte com o sotaque português dos meus cunhados que agora moram em Angola. Poucas vezes eu vejo meu pai tão entretido e entusiasmado.....E eles têm aquela paciência para escutar as histórias do Discovery Portuga Channel. Sim , porque meu pai viu a Nau chegar em Porto Seguro, sabe tudo, até a cor da cueca do Pedro Álvares Cabral.

Mas eles também estão cansando de fazer cara de samambaia.....a bacia de jabuticaba ainda está cheia, mas não vale a pena deixar a bacia esvaziar para ficar chupando o caroço. Fazer cara de samambaia sempre não vale a pena, apesar de necessário. São 10 anos mais novos que eu, mas não querem 10 anos de jabuticaba e de cara de samambaia.

Minha amiga VK deve se lembrar das férias que passamos em Porto Seguro quando eu li na Revista Nova (que cultura!) sobre a Síndrome da Impostora. Dei um grito no meio da praia deserta, finalmente havia descoberto! Eu era uma impostora e tinha pânico de que um dia alguém descobrisse que eu era uma fraude. Esse era o problema!

Que problema???? Pura idiotice!!! Como é que eu cheguei ao ponto de me convencer de que eu tinha Síndrome da Impostora? Fiz muita cara de samambaia durante anos, e aí me identifiquei com essa Síndrome da Impostora. Na dúvida, cara de samambaia, safe shore. Cara de Comitê da Belíssima, sabe?

Alguns anos depois, litros de florais, litros de vodka, tarjas vermelhas e pretas, quase 40 anos nas costas, vejo que tudo isso é uma grande babaquice. O problema é me convencer realmente de que é babaquice. Um amigo disse outro dia que a cada 3 anos aparece um FDP prá te puxar o tapete e sacanear. Graças a Deus não tenho esta estatística. Mas ele é especialista em cara de samambaia, apesar da sua personalidade inigualável. Não sei como ele consegue.

Hoje me disseram que eu sou a mais paulistana (ou paulista) da diretoria. Enche o saco que estejam sempre falando algo a meu respeito. É que abandonei a cara de samambaia há algum tempo. Sei lá o que ser a mais Paulistana quer dizer. Dizem que os Paulistanos são metidos, falam "meu", são semi-italianos....Seja lá o que for, MEU, sou paulistana, mas não com de cara de samambaia. Minha família é toda da Móoca Bello! Meu tio é presidente da associação! Mamãe nasceu pelada na 25 de março porque o enxoval atrasou. Papai veio com 16 anos para o Brasil para não morrer na guerra de Angola. Quando meus pais se casaram e foram morar na zona Sul de Sampa era um absurdo! Morar naquele mato, perto do aeroporto! Mas eu e meus irmãos queríamos a Móoca, onde dava para andar descalço, comprar fiado na conta da Vó Naza na esquina, comer talharinada com pomarola, jogar taco na rua com a italianada, comprar esfiha na Juventus, assistir jogo na Rua Javari. E no final do dia, um banho de esguicho, e vestir a camiseta da Lusa. Hoje taco é jogo "cult". Tem gente que compra o jogo em loja de brinquedo "conceitual" na Vila Madalena (pelamordedeus é só um pedaço de pau com uma bolinha!). Mas não é pior do que comprar Pipa no Villa Lobos ou no Ibirapuera.

Também posso ser a mais paulista, porque morei 4 anos no interior, em Araraquara. Quando voltei pra Sampa minha mãe me mandou na fonoaudióloga - que sotaque horrível aquele de além Km 70 da Anhanguera/Bandeirantes???? Pumba (um ruído seco na madeira)! Que foi filha? Tirei a lente e bati a cara na poorrrrrta. Buááááaá! Pára de falar assim menina!!!!! Assim como? Eu morava com 3 piracicabanas, 1 campineira e 1 de Lençois Paulistas. Mas que delícia ir na Festa do Peão (em qualquer fim de mundo) e torcer para a Ferroviária (time de Araraquara) no estádio municipal. Também torcia para o XV de Piracicaba ( o xis vê), timeco da segundona, mas todos eram bons motivos para estar com a turma e tomar cerveja Polar. Ser a única paulistana não era diferencial nenhum. Tiravam o maior sarro de mim porque eu só conhecia vaca no zoológico, não sabia tomar pinga pura e jogar truco. Não tinha cara de samambaia que desse jeito nisso. Mas minha família tinha rotisserie, a lazanha era muito boa, a cerveja farta, e nossa casa era point em Sampa.

A Exame Samambaia jaz em cima da mesa. A Veja Samambaia toma sol no jardim todo fim de semana. As samambaias crescem indisciplinadamente no jardim.....plantinha pré histórica. Herdei as minhas da Vó Naza e elas continuam crescendo, se espalhando em qualquer lugar.

Toda vez que eu tento ser corporativa e faço cara de samambaia me dou mal. Acho que tenho que escolher outra planta. Ou ter o zap na mão prá gritar TRUCO MARRECO!!!!!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sobre o tempo e jabuticabas

Eu ainda sou nova para contar as jabuticabas, mas não é preciso esperar a bacia esvaziar para ter uma atitude melhor em relação à sua vida.


(autor desconhecido)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daquipara frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina queganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente,mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quemeles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos parareverter a miséria do mundo.

Não quero que me convidem para eventos deum fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutirestatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesarda idade cronológica, são imaturos.Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de"confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargode secretário geral do coral.Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

Enviado por Sheila Borgato

O IDIOTA E A MOEDA‏

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor de 2.000 REIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
Eu sei, respondeu o tolo. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda".

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

enviado por Cida Oliveira