quarta-feira, 30 de abril de 2008

A culpa é da sua mãe!

Quem me conhece um pouco sabe que sou uma pessoa muito alegre, expansiva, extrovertida, falante (tudo isso às vezes até um pouco demais). Devia me chamar Maria Aparecida. Além disso, sou um pouco excêntrica e coisas bizarras acontecem comigo. Saiba: é bom ser meu amigo. Se uma coisa estranha tiver de acontecer com alguém, vai ser comigo e não com você! Melhor, porque sou a primeira a dar risada de mim mesma. Conforme for surgindo a oportunidade, vou contando aqui no blog as minhas pérolas.


Eu sempre brinco com a minha mãe e a culpa é dela. Porque ela é meio atrapalhada, palhaça e passa por situações bizarras. Digo que herdei essa bizarrice dela.


Mas o assunto aqui é outro. Quem me conhece melhor também sabe que sofro de insônia. Já tentei de tudo...mesmo. Culpei meu marido pelo ronco e ele terminou (por bem, claro) na mesa de cirurgia operando o nariz e a hernia de hiato que lhe provocavam apnéia e um mal estar danado. Pelo menos para isso a insônia prestou. Com o cartão vermelho que ele levou do quarto resolveu se cuidar. Mas eu não me livrei sa insonia.


Para resumir muito a história, desta vez a insônia não tem causa aparente. Das outras vezes era stress, a volta para o Brasil, algum motivo obvio causando a insônia. Desta vez nunca estive melhor, em todos os sentidos Graças a Deus, mas não durmo! Que difícil!


Bom, restou a última saída: fazer psicoterapia para acionar o inconsciente e dar uma limpada nas baboseiras que devo ter impressas lá e ficam me perturbando. Eu sempre tento respeitar o design de Deus: 2 orelhas, 2 olhos, 1 boca....mas o cérebro tem muitas partes, e o inconsciente a gente não acessa. Como Deus???? Qualquer HD dá para acessar, como é que o inconsciente não???? Bem, aprendi umas coisinhas básicas de psicanálise com o Dr W e a Dra M. E antes que alguém pense que eu sou um caso tão raro que preciso de 2 terapeutas explico: Dr W tem uma clínica escola e supervisiona a Dra M. Então eles me explicam como é que a máquininha funciona e porque é difícil me livrar a insônia.

Uma coisa engraçada que uma amiga me disse quando comentei que estava fazendo psicanálise foi que ela desistiu de fazer terapia quando estava fazendo a declaração de imposto de renda e se deu conta que gastou quase um carro zero para descobrir que no final era tudo culpa da mãe dela. Já ouvi este relato de vários amigos. O Dr W não gostou muito da piada.

O fato é que eu ando enchendo a paciência da minha mãe dizendo que ela vai pagar metade da terapia porque a culpa é dela e do papai. Dr W já falou, foi categórico. Ela fica muito brava e outro dia começou com aquela choradeira de mãe super típica de que fez tudo pelos filhos, blá buá buá. Verdade, fizeram mesmo, o que podiam e o que não podiam. Aí minha mãe resolveu se defender e lembrar de uma história que eu só acredito porque a vizinha é testemunha e minhas fotos de infância provam o acontecido.

Minha mãe, aos 28 anos (8 amenos do que tenho hoje!) já era mãe de uma menina de 1 ano e meio e de um bebê de alguns meses. Eu falo que boba foi ela que não soube olhar o calendário ou ligar a TV- quem faria uma insanidade destas nos dias de hoje???? Mas continuando....ela estava sozinha em casa, sem a babá, dando banho no meu irmão na banheira em cima da cama. Enquanto isso, eu me distraía com uma escovinha infantil de pentear cabelos. Minha distração era mergulhar a escovinha na banheira e xuááááá..... me molhar toda, as roupas, a cama, cortinas, tudo. Mamãe tentava sem sucesso: filhinha, dá esta escovinha para a mamãe, dá? E ela com o moleque na água. E nada. Xuáááááá, que divertido! Certa hora, minha mãe num gesto hábil como uma gata, conseguiu roubar a escovinha da minha mão. Tentou negociar outra coisa, "vem ajudar a dar banho no nenê". Mas a marrenta pirralha (eu) ficou irada, não se conformou em perder a escovinha e a performance aquática.

Agora vem a parte inacreditável - ainda mais porque eu tinha 1 ano e meio, nem isso. Fui na guarda da cama, mirei bem na cara dela e PAM! Cravei os dentes na madeira da cama. Um dos dentes da frente fivou lá cravado, a boca jorrando sangue e nem uma lágrima. Cruzes, que criança! Espero que eu não tenha que pagar por isso, afinal, que juízo tem uma criança de 1 ano e meio????? Nessa idade ser capaz de arquitetar tamanha vingança?

Minha mãe enrrolou o moleque numa toalha, gritou pela vizinha, catou o dente e me levou banhada em lágrimas (as dela, porque eu seguia banguela e durona) num dentista para tentar implantar o dente. Claro que isso não foi possível e meu castigo foi ter fotos horríveis de criança sempre sem um dos dentes da frente. Para minha mãe restou colocar o dentinho num pingente de ouro que ela leva até hoje no pescoço.

Então, numa das minhas brincadeiras sobre o reembolso da terapia, ela disse que EU é quem deveria devolver o troco para ela. Disse que caiu numa depressão danada, não saia de casa, vaidosa que era, nem para ir fazer a unha e o cabelo. Toda vez que olhava a criatura sem dente, buaáááá, lembrando do xuaáááááá do raio da escovinha. Então, um dia, ela se viu embarangando e resolveu dar uma saída. Foi na cabeleireira se arrumar para levantar o astral. Chegando lá, tinha uma senhora com uma menina da minha idade.... que não tinha 1 dedo. "O portão de ferro bateu e decepou o dedinho dela", disse a mãe. Minha mãe diz que parou de chorar e se lamentar naquele exato minuto. "O dente da minha filha vai crescer, o dedo da filha dela não". E se conformou com a filha banguela e fotos de sorrisos com janelinha.

Vou pedir uma explicação ao Dr W sobre esse acontecido. Tá, vai lá, tenho um gênio "especial", mas nunca fui tão pirracenta. Esse episódio do dente o Dr W que explique....e absolva minha amada mãe. E ela foi valente! Não deixou o moleque se afogar ou se resfriar, tentou salvar o dente.... e ninguém voou esganado pela janela.

Mãe, a culpa não é sua. Eu te amo, tenho orgulho de você e das bizarrices que herdei do seu DNA engraçado. Obrigada por tudo, sei que você quis sempre acertar, devo a você o que sou e tudo isso me faz ser especial. Depois eu me acerto com o Dr W, OK?

Muitos beijos no seu coração.

Coisas que a vida ensina

Autor: Artur da Távola

Amor não se implora, não se pede, não se espera...amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...não há vida decente sem amor!

E é certo, quem ama, é muito amado...e vive a vida mais alegremente...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre pais e monstros

Eu não queria que este fosse o assunto do primeiro post do Let´s Go!, mas não há como passar batido no caso na menina Isabella. Não quero chover no molhado. Mas não paro de remoer esta história a cada detalhe horrível que aparece, mostrando que não são 2 loucos psicopatas, mas uma família inteira deles. Avô, Tia-Madrinha, Madrasta (reinventou o conceito), pai e sabe-se lá mais quem para acobertar este absurdo todo.

Hoje um sujeito na CBN fez um daqueles comentários típicos em casos de tragédia, de que a mídia deveria dar a mesma atenção à CPI dos cartões corporativos e à bandalheira que acontece no nosso país, do que ficar fazendo sensacionalismo em cima do caso da menina. Claro que há sensacionalismo, oportunismo e até gente ridícula que se fantasia de anjo e vai para a porta do prédio divulgar a "sua desgraça" aproveitando a da menina. Ou o infeliz que estava chocado, mas sabia que ali nas redondezas ia haver muito movimento e se ligou que ia vender mais sorvete. Realmente absurdo. Mas no meio dessa turma de gente que não tem o que fazer, aparece uma senhora muito simples, que resume uma pergunta bem básica: se eles não são culpados, por que não vieram ajudar a polícia a esclarecer o caso?

Estimado senhor entrevistado da CBN (neuro algo, não era jornalista, pena que não lembro o nome), o Brasil está chocado em ver uma família inteira empenhada em acobertar este crime horrível. Se minha sobrinha (Deus nos livre) tivesse sido assassinada, eu ia ter estômago de ir comprar tintura de cabelo para limpar o rastro da desgraça? Errou filhinha! Nem que você tivesse comprado Easy Off Bang, o produto mais poderoso para arrancar sujeira do mundo, seria possível limpar o sangue da menina, sua sobrinha e afilhada, e a vergonha do sangue das suas próprias mãos. Queria também saber como a madastra monstro acomodou os filhos naturais em outro cômodo para depois voltar e esganar a enteada. E aquela história absurda do coração no vapor do chuveiro? Tia Carol reinventou o conceito de madrasta!

Há não muito tempo o Brasil ficou de luto pelo menino João Hélio, assim como agora está de luto por Isabella, e as outras 4 mil crianças que morrem de forma violenta por ano. Poucas vezes temos o sentimento de que a justiça será feita. Vimos a polícia atuando de verdade (meio atrapalhadinha, mas supreendentemente melhor do que costumamos ver), um promotor classudo com pinta de filme americano e com jeito de quem não está para brincadeira, serenamente explicando como a familília mosntro vai pagar po isso. Podem dizer que é curiosidade móbida, falta do que fazer, mas ver a polícia, a perícia, o promotor me dá esperança de que tem muita gente boa trabalhando por uma sociedade melhor.

Todo sensasionalismo é válido para lembrar o Brasil deste problema social gravíssimo, presente em todoas as classes sociais, sem perdão. Apesar daquela cena repetitiva da reconstituição ter ficado no ar o domingo inteiro, derramei lágrimas até por aquela boneca inerte que representou Isabella.

Para terminar, vale a pena ler a coluna de Lya Luft na edição da Veja desta semana. No detalhe da página diz assim: " Não a vi abraçada, levada no colo por alguém desesperado que tentasse lhe devolver a vida. que a cobrisse de beijos, que a regasse de lágrimas. Estava ali deitada, a criança indefesa, como um bicho atropelado com o qual ninguém sabe o que fazer. Na nossa sociedade, em que as sombras mais escuras do nosso lado animal andam vivas e ativas, lá ficou, por um tempo interminável, caída, quebrada, arrebentada, e viva, a menina quase morta. Sozinha."

domingo, 27 de abril de 2008

O trabalho de Lorenzo

As palavras e as fotografias de Lorenzo sao muito inspiradoras. Vale a pena dar uma olhada. Acesse o link se você quiser ler partes do livro dele "25 Lessons I Have Learned".