Nem acreditei quando estava lá no meio daquele monte de gente! Era MUITA gente mesmo. Neste ano correram 20 mil pessoas na 84a edição da São Silvestre. Olhei no site e fiquei surpresa quando vi que destes 20 mil só competiram 2700 mulheres. Também não acreditei que era 31 de dezembro de novo.
Gostei do meu resultado. Descontando a lerdeza da largada, paradinha pra comprar água e um beijinho no Hector na chegada, fiz em menos de 2 horas. No ano passado fiz em 2h15min. Não desconcentrei e lembrei das pegadinhas do trajeto, como uma turma que fica molhando os corredores numa ruazinha na virada do Minhocão. Estava muito calor e dava prá sentir o bafão subindo do asfalto, mas não curto a molhação. No ano passado levei um jato de água na orelha e não teve graça.
Na largada, me meti no meio da multidão e lá fui eu. Ou corre ou é atropelado. Tem gente que sai desenbestado, cotoveladas, caneladas, beijinhos para a Globo, muita zoação. Sem falar no monte de lixo que tem pelo chão, o que transforma a largada numa corrida de obstáculos. Encontrei um amigo do MBA acenando na calçada fui lá cumprimentar.
Não sei se é porque neste ano saí mais na frente, se era gente demais, se o povo estava meio em crise ou tudo isso junto, mas não vi tanta palhaçada como no ano passado. Ainda assim tinham uma figuras bem engraçadas, como 2 amigos que foram fantasiados de vaquinha e o povo gritava: "Tem leite, fresco?". Corri um bom pedaço atrás de uma Penelope Charmosa e ao lado de um cara com uma boneca nega-maluca nas costas (sei lá como se escreve). Também curti correr junto com um pelotão dos bombeiros, cantando aquelas musiquinhas e marcando o passo. Um sujeito levava uma Nossa Senhora Aparecida na cabeça, outro uma placa contra o preconceito e um grupo carregava a bandeira do Brasil, dizendo que era o povo quem levava o país nas costas.
Uma das coisas mais legais da São Silvestre é passar no centro de São Paulo. Como é lindo! Quando bate a canseira, olhar tudo o que São Paulo tem de bonito renova o fôlego. O pessoal que fica torcendo na calçada é super alegre e se diverte com as figuras do trajeto. As crianças esticam as mãozinhas para os corredores e batem palmas.
2008 foi um ano cheio de coisas boas, apesar do último trimestre ter sido um tumulto e a bolsa de valores ter me sacaneado. Tive que treinar em 45 dias o que estava programado para 90. Um cara atrás de mim dizia com razão que "uma coisa é treino e outra coisa é jogo, porque na hora vem uma motivação que não tem como reproduzir". No último quilometro veio força não sei de onde, meus olhos se encheram de lágrimas e gritei como louca quando vi o Hector na virada da Paulista com a Brigadeiro. Agradeci a Deus por estar ali e foi só no que pensei quando cruzei o pórtico de chegada. Valeu cada segundo e eu agradeço por ter o privilégio de poder viver esta emoção.
Confira o meu vídeo no link abaixo!
http://br.youtube.com/watch?v=mGpso2AxsxE