quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Jogos de Azar

por @desejosocultos


Hoje vamos falar de jogos de amor ou, se preferir, jogos de azar. Sim, porque conheço pessoas que estão jogando há anos nos relacionamentos e, até agora, mais perderam do que ganharam com isso. E pior: não se deram conta de que jogar vicia e de que, mais do que dinheiro, estão perdendo sua dignidade.

Quem disse que uma pessoa interessada em outra não pode manifestar esse interesse? Como assim o xeque-mate é proibido? Desde quando um jogador que foca mais no comportamento dos outros jogadores do que no seu objetivo final venceu uma partida? Os bons jogadores que eu conheço atacam, não recuam. Esses são vencedores. Claro que fazem isso de maneira coerente, tem um ritmo, um movimento certo, um momento ideal de tomar determinada atitude. Mas uma coisa é certa: eles não fogem da dividida.

Por isso, fico bastante incomodada ao ver dicas como “nunca ligue”, “banque sempre a difícil”, “cumprimente-o como se ele fosse outro cara qualquer”. Qual é o cara que vai se sentir valorizado assim? Assim como nós, eles também precisam de sinais para entender qual deverá ser a sua próxima jogada. Se você mostrar cartão vermelho toda vez que ele se aproximar, ou ele vai entender que é carta fora do seu baralho ou você será carta fora do baralho dele rapidinho.

Portanto, se você acha mesmo que isso tudo é um jogo, valorize o seu adversário, mostre pra ele o quanto ele é bom e vencê-lo terá outro sabor. Que ironia, né? No fim, ser autêntico, transparente e verdadeiro é que é apostar todas as fichas e deixar os dados rolarem.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Solidão a dois

Por @Desejos Ocultos

Estar sozinho não é tarefa fácil, eu sei. Não ter aquele amigo de fé com quem escolher o sabor da pizza, a família por perto para dar conselhos sobre a nossa vida ou um amor com quem dividir a cama e os planos de vida todas as noites é como viver sem sentir-se completo. Mas você já pensou em como é se sentir sozinho?

Existem pessoas que tem tudo: um emprego em que trabalham oito horas por dia e ganham bem, uma casa na praia de frente pro mar, uma agenda cheia de compromissos sociais e até uma família de propaganda de margarina e, mesmo assim, convivem com esse sentimento. Acredite: com algumas delas você se depara no seu dia-a-dia. Sei disso porque são fáceis de identificar pelo olhar perdido, pelo vazio que carregam, pelo silêncio dentro de si que grita - e que eu ouço.

Sempre tive o costume de prestar atenção nos indivíduos, desde os objetos que carregam – e que revelam grande parte da sua identidade, de seus valores e interesses – até o comportamento que adotam diante de determinadas situações. Às vezes chego a imaginar uma história inteira de vida para algum motorista preso no trânsito enquanto espero o meu ônibus; noutras, penso que não sou normal ao fazer isso. Em raros casos, tenho vontade de sorrir gratuitamente pra pessoa ou de oferecer-lhe um abraço apertado. Em uma única situação, fiz isso de verdade. E naquele instante nós percebemos que eu tinha despertado um sentimento de vivacidade que estava adormecido há tempo, um verdadeiro agente transformador - se não da vida daquela pessoa, pelo menos do seu dia. A solidão e a amargura tinham se dissipado. Voilá. ” Ufa”, pensei. Deu certo.

Portanto, se algum dia você identificar alguém que se sente sozinho (você precisará ter um senso apurado, porque é muito difícil falar abertamente sobre isso – normalmente essas pessoas agem com naturalidade), ouse mostrar que você a percebe, que participa do seu momento e que agora ela não precisa mais se sentir assim. Afinal, quanto mais se compartilha solidão, mais ela desaparece, dando lugar à plenitude.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Homem-Homem x Homem-Vampiro

Este texto foi escrito por uma jovem amiga que conheci no Twitter sob o nick name de Desejos Ocultos. Estou emprestando o espaço do meu blog para publicar seu primeiro post. Que honra! Gosto muito de suas idéias e admiro a sensibilidade que ela tem para expressar os desejos e sentimentos ocultos da alma feminina.

“Homem não presta” é a frase hit do momento, virou moda nos últimos tempos e tomou uma dimensão maior do que o Rebolation no verão passado. Grande besteira. Aliás, as duas coisas.

O homem não presta porque não liga, porque não manda um SMS ou porque não aparece em um cavalo branco salvando a princesa do seu quarto sem graça e com as paredes cheias de pôsteres do último filme da Saga Crepúsculo. Vem cá, as mulheres querem um homem-homem ou um homem-vampiro, afinal?

Porque os homens-vampiro que conheço são aqueles que nos levam ao nosso limite, que nos fazem perder a cabeça, a naturalidade, o tino. Fazem o nosso sangue ferver e isso os alimenta, os satisfaz. São sedutores, cheirosos, bem vestidos e normalmente os encontramos à noite, sozinhos ou em grupos, à procura de novas vítimas que sucumbam às suas atitudes premeditadas e ao seu falso encanto. Depois de sugarem você, te deixam descansar pra sempre no caixão, porque dali em diante você morreu pra eles. Já não há o que você possa oferecer para sanar sua sede. Então agora aceite: só lhe resta viver a sua sobrevida.

Por outro lado, os poucos homens-homem com quem convivo - e que me fazem feliz - gostam de cerveja, futebol e mulher pelada (ainda bem). Eles tem barba cerrada, preparam um churrasco maravilhoso, contam piadas engraçadas e fazem eu me sentir acolhida e amada, oferecendo um ombro amigo, um conselho de pai, o calor de um namorado. Sim, o jeito muitas vezes rude, estabanado e “Petruchio” de ser é o que realmente me encanta neles, pois são homens mais puros, menos polidos. Arrisco dizer que são inclusive mais ingênuos e, por isso, verdadeiros.

Eles têm instinto protetor, delimitam e dominam seu território, são praticamente selvagens. Estão sempre prontos a defender seus interesses e a afastar qualquer ameaça, porque se revelam fortes e corajosos a cada sinal de perigo, tomando as rédeas da situação e mostrando quem está no comando. E assim conquistam não só o nosso respeito, mas também orgulho e admiração. E você ainda diz que eles não prestam?

Identifico em todos os meus grandes amores- irmãos, amigos, pai e namorado - homens-homem que em nada se assemelham aos homens-vampiro, mas que, por sua postura e atitudes, estão muito próximos dos lobos, prontos a enfrentar quem ousar cruzar o seu caminho.