sexta-feira, 29 de maio de 2009

Asas que socializam


Finalmente terminei minha tatuagem das asas. Despois de 3 sessões e suar frio em alguns momentos eu gostei muito!


No Ecosssistema da academia as asas já são tema para puxar papo. Descobri que neste ecossistema as pessoas ficam mesmo olhando e reparando umas nas outras, mas na maior parte das vezes acho que não é por maldade. Lógico que rola azaração e comparação, mas há muita curiosidade e qualquer assunto ajuda a dissipar a chatice que é ficar lá sofrendo e suando.


Quando vou com a camisa e minha garrafinha do São Paulo, descubro os Sãopaulinos desesperançados com a Libertadores e com a possibilidade de não levar nada neste ano. Tem um senhor que só treina com uma toalha do São Paulo nas costas (espero que ele lave ou tenha 2) e agora deu para treinar junto comigo para ficar discutindo lances e estratégias. Estava irado com a convocação do Miranda para a seleção. E também deu para ficar me mostrando os outros Sãopaulinos da academia. O Tiozinho é bem interativo.


Ontem foi a estréia das minhas asas completas . É incrível como até o figurino muda, só para as asinhas aparecerem lindas e inteiras. Gente que eu vejo quase todo dia e nunca troco idéia veio falar comigo com umas perguntas....

- No meio das asas tem a cabeça da águia?

- Você não vai pintar de branco e azul? Não, respondo eu, posso ficar parecendo uma galinha.

- Você quer ser um anjo? É, porque tem anjo de todo tipo - respondo que sou dos bonzinhos - Glória a Deus! Era isso que eu queria escutar! Veio do malhador evangélico.

- Podemos revezar o aparelho? Claro, repondo. Me diz uma coisa, há algum motivo para uma asa ser mais escura que a outra? Essa veio de um marombadão que tem "Gracias Avuela" e "Gracias Avuelo" tatuados nos antebraços. Respondo que não tem motivo nenhum, porque eu terminei a tattoo na terça e as cores ainda ficam diferentes até a pele cicatrizar e as cores fixarem. Depois vazei do aparelho porque ele estava todo suado e molhando tudo.

- Uma moça vem do nada e fala que já tinha reparado nas flores lindas da minha perna, mas que não tinha entendido porque eu mudei de estilo com as asas. ?????? Nem pensei nisso!

Fato é que eu percebi que logicamente as pessoas reparam umas nas outras e que o ecossistema da academia também inclui os tatuados. Bom é que neste ambiente os tatuados são admirados e não marginalizados. Em geral, o tatuado faz mais exercício onde está a tatuagem para destacar mais. Até eu mudei meu treino para as asas ficarem mais bonitas. É, porque agora, além de todo o resto que pode cair, as asas estão incluídas na lista. E como as minhas são para cima, mais cuidado ainda (tem gente que tatua asas como se estivessem recolhidas, então se cair, já estavam caídas mesmo).


Tenho uma amiga que tem uma carpa atuada no dorso. Ela engordou e a carpa está se parecendo cada vez mais com uma baleia. E o que eu temia apareceu ontem na minha frente. Uma sujeita com a inscrição "Carpe Diem" tatuada no dorso bem acima da linha do biquini. O significado é lindo, mas o lugar foi infeliz. Mais brega que isso só tatuar "Born to be Wild" perto da virilha. Fazer uma tatuagem no final vira um projeto. Nestes dias frequentando o estúdio vi desenhos lindos e complexos que vão exigir meses de trabalho e paciência.


Eu fiquei feliz e à vontade com minhas asinhas no Ecossistema e também que pessoas com quem eu dificilmente puxaria conversa vieram conversar comigo por curiosidade ou admiração. Conhecer gente nova e ter assunto para diminur o tédio é sempre uma coisa boa.

domingo, 24 de maio de 2009

Cry a Lake, Lakers!





Como já citei mais de uma vez, curtir esportes nos USA é uma das melhores coisas da viagem, seja ao vivo ou numa barra de bar tomando minha Guiness ou a cerveja local. Dei sorte de poder ir nos "play-offs" (semi finais) do Lakers x Rockets, o time de Houston.

Claro que eu tinha que ir! Me custou uma fábula, mas a experiência vale à pena. É uma emoção tremenda para quem curte esportes. Ainda mais basquete, que não é um esporte muito popular no Brasil. Lá todo mundo pára tudo o que está fazendo para ir ao jogo de basquete, baiseball, hockey, futebol americano. O conciérge que parecia o Antonio Bandeiras conseguiu a entrada para mim. Ser cambista antes do jogo não é crime, mas se você for pego comprando na hora aí sim dá rolo. Apesar do preço astronômico valeu demais! É o mesmo que ir num show de rock.

Me enturmei com uma galera que torcia para o Lakers e uns caras me chamaram de Yankee, pode? Mandei de volta um "Junkee, Big Mouth"!!! (boca grande, seu porcaria). Me convidaram para dar uma volta no estádio, comi batatinha frita (pecado mortal) com aquele copão de cerveja. É o máximo o que rola entre os tempos. Aquelas líderes de torcida lindas, o mascote, o narrador do jogo que fica torcendo contra o adversário visitante, as musiquinhas que põem mais emoção nas jogadas e o tanto que a galera vibra. O estádio é impecável, com lanchonetes e uma loja super legal.

Um dia antes eu estava jantando no bar da Fox, que tem telas para todos os lados. Dava para ver 4 jogos ao mesmo tempo, mas escolhi o basquete, porque era o time do Nenê, o Denver, que estava jogando.

Olha eu aí de boné e camiseta do Texas, o time de futebol americano. O Rockets ganhou em casa! Que festão na saída. Cry a Lake, Lakers!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Doeu, mas valeu!



Lembra quando na escola a gente usava compasso e de brincadeira pegava a parte afiada e passava no braço só prá ver o que acontecia? Ou quando você levou um tombo, ficou todo ralado ou então um gato te arranhou? Ou 5 gatos te arranhando de uma vez só?

Agora imagine tudo isso junto durante 3 horas seguidas! Isso foi o que doeu preencher o desenho da minha primeira asa. O resultado ficou incrível e as pluminhas são perfeitas.

Na última meia hora eu quase desisti, porque já estava tudo inflamado e estávamos na fase de preenchimento, que dói mais. Quando menos "carninha" mais dói.

"Isso é coisa prá macho", disse o tatuador. Uma ova! Isso é coisa de mulher! Vi um monte de marmanjo fazendo bico por meia dúzia de risquinhos!

Hoje estou parecendo Nemo, com uma asa só. Na semana que vem eu termino e haja coragem para enfrentar mais 3 horas de pintura.

O escândalo na família continua, especialmente minha mãe. Os amigos curtiram e tem gente que não me conhece direito e fica me entrevistando para saber por quê eu fiz as asas, se penso que sou um anjo e porque tão grandes!

Toda tattoo tem uma história e um motivo. Além da arte do desenho e da curtição de escolher, é a curtição do motivo. Born to be free!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Houston, We have a problem!




Legenda das Fotos
Museu da Saúde
Eu, toda me achando com meus óculos enormes de US$10 que cobrem qualquer ruga ou olheira que possam existir. Um óculos desses, batom e blush fazem milagres.


Cheguei no domingo e ainda sobrava um tempinho para ver alguma coisa legal em Houston. Eu adoro passear e mesmo morta de cansada e com fuso horário bagunçado resolvi ir até o Bairro dos Museus. Os Museus ficam entre parques lindos e é um passeio que vale a pena. Fui correndo até o Museu de História Natural, mas não deu para ver muito.

Em Houston já é primavera e o dia fica claro até as 8 da noite. Depois do museu voltei caminhando para "Downtown" (chique falar isso) pelos parques olhando para ver se vinha um taxi. Nó cega eu que não se tocou que era Dia das Mães, Tinha jogo de futebol americano e jogo de beisebol. Ou seja, pouquíssima gente na rua e nada de yellow cab. Andei, andei, despreocupada enquanto a paisagem era bonita. Depois comecei a entrar nos bairros, as ruas enormes desertas, nada de carros muito menos de taxi. Quando me dei conta já estava andando há mais de uma hora e não tinha NADA aberto, foi me dando desespero. Para chegar em Downtown faltavam mais uns 10 Km. De carro é rapidinho, mas andando e ainda com uma sacola de tranqueira na mão não ia dar. Sem falar que as poucas pessoas na rua eram bem estranhas - não estou falando de rico ou pobre, mas de gente bêbada, drogada e mal intencionada. Ainda mais eu com aquela cara de palerma que todo turista tem.

Avistei um posto de gasolina com uma bodega daquelas trash de filme americano. Fui falar com o dono, um indiano, com os olhos já meio como de boneco japonês que vai chorar. Ele ligou para uns 2 amigos, nada. Depois foi um tempão para descolar o numero de Yellow Cab (taxi comum). O cara foi um anjo, e mesmo com o povo cada vez mais esquisito que entrava na bodega ele garantiu que eu ia chegar no hotel, nem que chamasse o 911.

Por fim apareceu um tiozinho, e eu pedi para me deixar num centrinho comercial com restaurantes. Na volta, a mesma coisa, MAS agora eu estava em poder do numero do Yellow Cab. Liguei, já que nem ônibus passava. Do outro lado da linha a fofa me diz que nao aceita meu celular ou o numero do hotel como referência!!! Eu disse que era estrangeira e pedi pelamordedeus para ela mandar um cab e que aceitasse o numero do hotel. A voz devia ser a de boneco japones quando vai chorar, mais os olhos lacrimejantes. Menos mal que aí eu só ia ter que andar uns 5 Km

Depois de uns 5 minutos, um cara para na esquina e chama pelo meu nome. Milagre! Era um africano enorme numa van chamado Val, que jurou que foi a central que o enviou. Peguei taxi com ele mais umas 3 vezes no esquema Rescue Me, Val. Ele morria de rir e não acreditava como eu era azarada de nunca encontrar um taxi.

Durante a semana eu fui colecinando os cartoes dos meus private cab drivers, com preferência para o Val, que despencava de qualquer lugar para vir me buscar.

O que mais vale a pena é conhecer estas pessoas. Todo motorista tem uma história e a maioria é estrangeiro. Adoram o Brasil e falar de futebol e perguntam se o Ronaldo é gordo mesmo. Apesar do cansaço, valeu a pena a conversar e andar de taxi em Houston. Foi diversão garantida!

Fucinho de porco não é tomada


Estive ausente na semana passada porque estava fazendo um curso nos EUA. E aí vem esta coisa toda da gripe suína. A empresa que trabalho determinou incialmente 10 dias em casa, depois passou para 7 e ontem, quando eu já estava trabalhando de pijama e pantufa, vem o comunicado que podia voltar hoje. Como estou ótima, sem ter dado nem um espirro, voltei!

Trabalhar em casa tem suas desvantagens. Parar para fazer almoço nem pensar. Sua família pensa que você não está fazendo nada, a empregada resolve pedir aumento...e o orçamento matricial esperando para ser enviado para o GFA!!! Resumo, trabalhar em casa dá mais trabalho.

Brincadeiras à parte, uma das palestras que eu ouvi foi "Change or Die", do escritor americano Alan Deutschman. Ele disse que o ser humano fica na inércia ou toma decisões erradas por 3 motivos:

Interpretação dos fatos - a forma como interpretamos os fatos e resolvemos não fazer nada.
Medo - mesmo as pessoas inteligentes e racionais travam com medo ou não dão bola prá ele, como no caso dos cardíacos que não mudam o estilo de vida ou mudam com medo de morrer.
Força - alguém superior não te permite fazer o que você quer.
As razões são que o cérebro processa pedaços de informação, e se a conclusão causa dor, o cérebro nos leva à negação, que é a proteção natural contra o sofrimento. Por isso não mudamos, ficamos na inércia... or die.

Para mudar é preciso mudar o modelo mental, aprender sempre e ver as coisas desde o rascunho. Rever nossos parâmetros e nosso modelo mental nos mobiliza à ação. Então Change or Die!

Bom, tudo isso foi para ficar com a maior dúvida se, no caso da Gripe Suína, a história de usar máscaras e ficar de quarentena na volta era o caminho certo nos protegendo, ou, se achar tudo isso um exagero era a proteção do cérebro com a negação.

Fiquei com este dilema desde o embarque quando NINGUÈM estava de máscara, e chegando lá todo mundo me dizia que era um exagero e curtia uma com a minha cara quando eu disse que comprei 1 caixa de máscaras. Ah, e que a imprensa brasileira estava com falta de assunto.

Meu dilema acabou ontem com a notificação da Natura de que se eu estivesse saudável poderia voltar ao trabalho. Exagero ou Negação? Melhor prevenir que remediar, certo? De qualquer forma é bom trabalhar no meu lugar, sem o barulho do aspirador, latido do cachorro e ficar de pijama o dia todo sem almoço legal. E sem gripe! Oinc Oinc Oinc

terça-feira, 12 de maio de 2009

I'm Houston

1) A paranoia da gripe palmeirense: NINGUEM esta dando bola pra isso. Nem na Cia aerea, em lugar nenhum. Deve ser coisa da CNN para ter nais rating, Ninguem ta' pagando este mico e eu comprei uma caixa com 50! Vou usar para limpar os moveis na volta. Blewrgh que mico

2) Amei Houston! Como sempre, o melhor e' aterrizar num bar, pedir uma Guiness e ver os esportes, Por falar nisso, hoje me senti a Pretty Woman chamando o Barney para resolver "questoes". Uma questao e' que na quinta feira ten a semi final da NBA Lakers x Rockets, o time daqui, IMPERDIVEL. Ai' pedi para o " concierge" descolar o ingresso. Detalhe: o concierge se chama Fernando - ou portugues, ou brasileiro ou latino - no caso Venezuelano. Lindo, parece o Antonio Bandeiras. E me descolou o ingresso. E da'-le franjinha e ginga hein?

3)O mais punk aqui em Houstohn eh conseguir un taxi, Se'rio, ontem eu andei umns 10 Km, e depois conto esta pe'rola, Mas nao tem gente andando a pe' na rua e agora eu tenho meus private drivers - o meu preferido e' um africano que ja' se ligiu que eu s'o me meto em roubada.

4) O curso e' sensacional e adorei o prieiro dia. Conclusao: E' dificil mas nao eh inpossivel

5) Ja' no prieiro dia conheci o unico brasileiro do curso, que estava na minha classe. Veio para ca' com a mae, que eh descoladesima e ja' sabia todos os esquemas. Depois da aula fomos na Best Buy, onde eu fiz um estrago (ui)
- fui de carona
- fiquei mais de 1 hora na loja e eles nao compraram NADA
- com o estrago, fui na loja ao lado e comprei uma mala
- o mocinho carregou e a mommy me trouxe de volta para o hotel!

Tomara que eles mudem para este hotel porque parece que eu conheco a Sra Mae desde sempre. E vai ser divertido ter compania para ir no jogo na quinta, jantar, fazer coisas divertidas.

Espero que a firma revogue esta bobagem de deixar quenm viaja aos USA 10 dias de quarentena. Aki eles nao estao nem ahi' e nao tem ninguem tossindo ou espirrando. Dizem que no Brasil vai ser de 3 dias. Nada contra ficar trabalhando em casa de pijama, mas que saco.

Well Manuel, Houston eh um lugar e tanto e jah tenho das minhas. Fica pra outra hora que agora pq a internet gratis jah acabou

See you guys!