quarta-feira, 6 de julho de 2011

Certezas

A autoria desta obra é contraditória, Já que, confunde-se pela net. Dizem que é um poema do mestre gaúcho Mario Quintana, outros dizem ser um texto da poeta Adriana Britto.

Agradecimento: Vinicius Grosbelli


Não quero alguém que morra de amor por mim…

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…E que esse momento será inesquecível..

Só quero que meu sentimento seja valorizado.Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,sem ter de me preocupar com terceiros…Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…e que valeu a pena.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Virando a página

Virar a página é a expressão comum para dizer que vamos passar a uma nova fase ou devemos deixar algo para trás. Talvez eu não esteja virando uma página, mas escrevendo um novo livro.

O primeiro post deste blog falava do filme Tróia, da minha opinião sobre escolher Aquiles ou Hector. Hector foi a minha escolha, e foi o nickname do meu companheiro marido nestes anos. Pois bem, Tróia termina sem Hector e sem Aquiles. Não tenho mais um Hector. Meu Hector não morreu de forma trágica como no filme. Nós nos divorciamos no cartório há 15 dias.

Eu não digo que o meu casamento deu errado. Ele deu certo por 12 anos. Não pretendo neste blog destilar mágoas, falar mal do meu Ex-Hector ou desonrar a minha história. Seria um desrespeito a mim mesma, à nossa história, nossas pessoas queridas coadjuvantes de tantos momentos preciosos. Infelizmente as histórias acabam, e a nossa acabou. Obviamente muitas coisas foram ditas, mal compreendidas, ainda estão em processamento. Mas jamais haverá outro Hector. Quando houver, eu lhe darei outro nome.

Este blog ficou mudo por bastante tempo. Sempre foi divertido ou polemico, mas nunca triste. Ficou mudo por tristeza e por respeito a quem le. Que nao leiam coisas chatas, sabendo quem eu sou. Para isso eu escrevo por ai de forma anonima, poupando a mim mesma do vexame que as vezes se torna viver a vida. Anonimamente eu compartilho minha vergonha alheia e vejo que a minha história é tão comum e igual a tantas outras.

Lets Go! The show must go on! Não sei como e não sei quando. Mas eu gosto deste espaço e tenho certeza que vou preenche-lo com alegria.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A borboleta azul

Fernando Pessoa

Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina.

O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar. Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.

- O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!

As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.

- Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, se ela está viva ou morta?

Calmamente o sábio sorriu e respondeu:

- Depende de você... Ela está em suas mãos.

Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro. Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos). Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul... Cabe a nós escolher o que fazer com ela. O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas inseparáveis.